JOAQUIM: Por aqui passo. Também costumo estar Debaixo da Ponte ou parar na Ponte a Pé. Volto sempre à Ponte, que é onde eu estou bem, e raramente lá passo a pé. Entretanto muita água vai passando, debaixo da Ponte da Pedra.
INÊS: Os meus posts serão arbitrários, preconceituosos, incoerentes e peremptórios. Quando forem (ou seja: quando eu achar que são). Quando não forem queiram desconsiderar esta advertência.
sexta-feira, janeiro 28, 2005
Filha sofre...
Fiat 600 D, idêntico ao adquirido pelo teu pai, em 1970, em segunda mão, por 12 contos, e que foi um autêntico laboratório de aulas práticas de mecânica automóvel
O teu pai tem as melhores filhas do mundo, mas elas têm sofrido muito. Uma delas, então a única, e com apenas 2 anos (?), que, não sei porque razão (ia talvez passar férias à província), fez uma viagem sózinha com o pai, andava na altura a queixar-se, após uma traumatizante avaria na estrada: "O carro do pai fez ‘pim’...".
Ao partir-se, a correia da ventoínha tinha batido no capot do motor (atrás) do Fiat 600 e feito um ruído mais próximo de 'pum'. Isto por altura de Condeixa, e foi uma odisseia o que aconteceu a seguir.
Ficou o carro na bomba da gasolina, por sorte ali mesmo ao pé, e veio o avô, contrariado, buscar-nos até à Bairrada. No regresso, já com uma nova correia, entretanto comprada em Coimbra, que o teu pai, mecânico de profissão, mas não de automóveis, laboriosamente montou, seguindo, agora sem companhia, de volta à capital.
Acho que ainda hoje aquela cabecinha tem lá, numa prateleira escondida, o registo sonoro de um estampido preocupante.
quinta-feira, janeiro 27, 2005
O meu pai é o melhor condutor do mundo
Sem exagero nenhum. É a verdade. É assim mesmo.
Um dia, tinha eu uns 14 ou 15 anos, íamos a passar de carro pela Av. João XXI e o meu pai diz: “foi ali que tirei a carta de condução”. Fiquei estupefacta. Nunca me tinha ocorrido: houve alguém que ensinou o melhor condutor do mundo a conduzir! Pensei (e disse?) que esse facto tinha de ser utilizado no marketing daquela escola de condução. Cheguei a pensar que deviam dar um certificado qualquer ao instrutor. Estava determinada a ter ali as minhas aulas. Mas não. Tirei a carta no ACP. Passei à quarta no exame de estrada. Uma vergonha para alguém com tão bons genes.
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Aqui Jazz
Recordando um Jazz em Agosto (quem não se lembra?) aqui vai Jazz directamente do reino da Dinamarca. Bom, não é?...
Frases com história
TUDO TEM UM FIM, SÓ A SALSICHA TEM DOIS (grande mensagem anarquista)
OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE (criada quando do decreto que legislou um aumento do custo dos transportes públicos)
quarta-feira, janeiro 19, 2005
segunda-feira, janeiro 17, 2005
Ribeira da Serra
É assim que se chama "o rio que corre pela minha aldeia". Ontem estive ao pé dele, do "basófias".
Passa por debaixo da Ponte da Pedra. O leito está assoreado, esquecidos que estão os tempos em que o guarda rios alertava para as limpezas necessárias. Obras recentes na ponte, para alargamento da estrada nacional, reduziram a secção de passagem do caudal do rio, o que agora provoca cheias desastrosas na planície a montante.
Já por duas vezes a nossa casa, que considerámos sempre estar ao abrigo de qualquer cheia, ficou com mais que meio metro de água no rés do chão. Da primeira vez foi-se a alcatifa e envernizaram-se os tacos de madeira, da segunda vez foram-se os tacos, agora substituídos por tijoleira, que, deficientemente colocada, tem ondulações que recomendam uma futura substituição quase total.
Antes da ponte existir atravessava-se o rio a vau, pela antiga estrada real. Agora uma fossa pública, com "trop-plein" de descarga de excesso do esgoto para o rio, atravancando essa passagem, já não permite como dantes molhar os pés, lavar a roupa ou simplesmente passar para o outro lado, para a várzea.
A água do poço está obviamente contaminada.
Não sei porque estaremos condenados a pagar assim antecipadamente os custos de um desenvolvimento de que não vemos os frutos.
O rio da minha aldeia
O Tejo é mais belo...
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(do "Guardador de Rebanhos" - Alberto Caeiro)
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(do "Guardador de Rebanhos" - Alberto Caeiro)
domingo, janeiro 16, 2005
sábado, janeiro 15, 2005
A Solução
Um amigo meu há muito tempo pensou uma solução para o País, que apenas por falta de uma adequada divulgação ainda não teve a necessária adesão nacional.
O Governo da Nação deveria, o mais rapidamente possível, ser contratado em regime de outsourcing a uma equipa com provas dadas na matéria (o nome sugerido para a liderar é o do ex-chanceler alemão Helmut Koln). Esta é uma solução equivalente à encontrada para uma gestão eficiente da TAP e que evitou o seu colapso.
De facto o perfil necessário para a obtenção de vitórias eleitorais cada vez se afasta mais da eficiência na condução dos negócios do Estado, pelo que corremos o risco de ficarmos cada vez mais pobres (e infelizes).
sexta-feira, janeiro 14, 2005
Onde está o contador?
Pois... não sei! Pode ser que reapareça proximamente, quando conseguir descobri-lo escondido por detrás da nova imagem deste blog. Em troca tomem lá música!
Já vamos na terceira versão, para não cansar os visitantes, que vão sempre pensar que se enganaram.
segunda-feira, janeiro 10, 2005
Os estagiários
Servem para tudo, e alguns nem recebem 10% (link). Uns quantos sobrevivem e não se transformam em exploradores.
sexta-feira, janeiro 07, 2005
quarta-feira, janeiro 05, 2005
De Mao a Piao
"Vamos de Mao a Piao" é uma expressão do tempo da "outra senhora", que me veio à lembrança a propósito do país estar parado.
Mao Tsé Tung por Andy Warhol
Mao Tsé Tung por Andy Warhol
Lost in translation
Literal translation of Portuguese popular idioms:
Women and sardines, you want them to be small
Head of rotten garlic
Past waters don't power mills
Dog that barks doesn't bite
From very small the cucumber is bent
It's the color of a donkey on the run
There's a Moor on the coast...
From Spain, neither good wind nor good marriage [will come]
This is too much sand for my truck
Friends friends, business aside
Here they're made, here they're paid
Tell me with whom you hang around, I'll tell you who you are
I'm in the inks
You are here you are eating
Trust the Virgin and don't run...
Go make a turn
You're letting water in...
Monkeys bite me...!
Bad Mary...
He doesn't give one for the box
Don't sand me!
God gives nuts to those who don't have teeth...
Fish don't pull wagons
By the yes by the no...
Rays break me!
If you don't put a stick on yourself...
Donkey's voices don't reach the heavens
Old donkey doesn't learn languages
In a house where there's no bread, everyone shouts and no one is right
At night all cats are gray
There's no beauty without an if
(at http://tagide.com/pt-idioms.html)
Women and sardines, you want them to be small
Head of rotten garlic
Past waters don't power mills
Dog that barks doesn't bite
From very small the cucumber is bent
It's the color of a donkey on the run
There's a Moor on the coast...
From Spain, neither good wind nor good marriage [will come]
This is too much sand for my truck
Friends friends, business aside
Here they're made, here they're paid
Tell me with whom you hang around, I'll tell you who you are
I'm in the inks
You are here you are eating
Trust the Virgin and don't run...
Go make a turn
You're letting water in...
Monkeys bite me...!
Bad Mary...
He doesn't give one for the box
Don't sand me!
God gives nuts to those who don't have teeth...
Fish don't pull wagons
By the yes by the no...
Rays break me!
If you don't put a stick on yourself...
Donkey's voices don't reach the heavens
Old donkey doesn't learn languages
In a house where there's no bread, everyone shouts and no one is right
At night all cats are gray
There's no beauty without an if
(at http://tagide.com/pt-idioms.html)
Minuciosa formiga
Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.
.
Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.
.
Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
.
Assim devera eu ser
se não fora não querer.
.
(Alexandre O'Neill)
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.
.
Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.
.
Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.
.
Assim devera eu ser
se não fora não querer.
.
(Alexandre O'Neill)
Alexandre O'Neill
Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, nasceu em Lisboa a 19 de Dezembro de 1924 e morreu a 21 de Agosto de 1986. O seu pai, António Pereira de Eça O'Neill de Bulhões era empregado bancário, e sua mãe Maria da Glória Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, doméstica.
Inicia os seus estudos em 1932. Em 1946 sai de casa dos pais devido a conflitos familiares e vai viver para casa do tio materno. Em 1948 surgem as primeiras manifestações públicas de interesse pelo fenómeno poético. O'Neill surge então como um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa.
O'Neill, tal como a maioria dos artistas portugueses não pôde viver da sua Arte. Afirmava «viver de versos e sobreviver da publicidade». Vasto foi o seu currículo, onde constam diversas colaborações para jornais, revistas, televisão etc.
Segundo rezam as biografias, O'Neill conquistava facilmente corações. Eis uma precária biografia dos seus amores e desamores:
Conheceu em finais de 1949 (a par do começo da aventura surrealista) Nora Mitrani, o seu amor dorido. A 27 de Dezembro de 1957 casa com Noémia Delgado e cerca de dois anos depois nasce o filho do casal - Alexandre Delgado O'Neill. Divorciam-se em 15/01/1971.
Em Agosto do mesmo ano casa com Teresa Patrício Gouveia e em 1976 nasce o seu segundo filho - Afonso. O divórcio acontece em 20 de Fevereiro de 1981.
Entre 1980 e 1986, O'Neill viveu mais uma paixão que o acompanhou até ao últimos dias da vida - Laurinda Bom.
(em http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/oneill)
Inicia os seus estudos em 1932. Em 1946 sai de casa dos pais devido a conflitos familiares e vai viver para casa do tio materno. Em 1948 surgem as primeiras manifestações públicas de interesse pelo fenómeno poético. O'Neill surge então como um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa.
O'Neill, tal como a maioria dos artistas portugueses não pôde viver da sua Arte. Afirmava «viver de versos e sobreviver da publicidade». Vasto foi o seu currículo, onde constam diversas colaborações para jornais, revistas, televisão etc.
Segundo rezam as biografias, O'Neill conquistava facilmente corações. Eis uma precária biografia dos seus amores e desamores:
Conheceu em finais de 1949 (a par do começo da aventura surrealista) Nora Mitrani, o seu amor dorido. A 27 de Dezembro de 1957 casa com Noémia Delgado e cerca de dois anos depois nasce o filho do casal - Alexandre Delgado O'Neill. Divorciam-se em 15/01/1971.
Em Agosto do mesmo ano casa com Teresa Patrício Gouveia e em 1976 nasce o seu segundo filho - Afonso. O divórcio acontece em 20 de Fevereiro de 1981.
Entre 1980 e 1986, O'Neill viveu mais uma paixão que o acompanhou até ao últimos dias da vida - Laurinda Bom.
(em http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/oneill)
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