sexta-feira, janeiro 20, 2006

As Avós


São instituições de referência nas nossas vidas. As quatro avós dos meus filhos foram e são de uma dedicação inexcedível. Temo que as novas gerações não tenham o aconchego de uma Avó ali ao lado para os receber quando vêm da escola ou para lhes dar o remédio e o almoço quando ficam em casa doentes, a torradinha, a dedicação, a desarrumação autorizada, a preocupação, os arranjos, a paciência que os pais não têm, o jantar feito, “tem sempre gente em casa?...”.
Às vezes escapa-me uma avaliação completa da qualidade de vida que se tem quando está uma Avó por perto. Só quando ouço qualquer frase solta: “Não tenho a quem deixar as crianças nas férias da escola...” ou “Tenho o miúdo doente e não posso ir trabalhar...”.
Tão distraído, e com tanta sorte, como à mesa sobre obras de arte que levaram horas a fazer e em que só reparo um dia quando ao estender a toalha uma luz especial lhe faz ressaltar a cor dos bordados para a fotografia, e os remorsos por tanta falta de atenção.

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