Em Anadia (reparem nesta precisão de linguagem, nánadia diria um qualquer ignorante) havia uma Escola Primária, onde eu andei, ao cimo do Jardim, entretanto transformado para empedrado e repuxos, onde começava a Avenida, ladeada de plátanos, por onde ia a pé para o Colégio, no principio dos anos 60. Era um grande edifício, com primeiro andar, com dois corpos iguais, para rapazes e raparigas, com os respectivos recreios à frente, separados, e protegidos por um gradeamento alto. O Mercado Municipal (ou a Praça, como se dizia) era ao pé dos Correios, e tinha um grande espaço em terra batida onde eu jogava futebol, no verão, ao fim do dia (trepávamos o muro para lá entrar e usufruíamos do espaço onde às quartas e sábados se instalavam os vendedores). O Tribunal era então no primeiro andar da Câmara Municipal, que se situa numa praça na continuação do Jardim, e que, vista de frente, tinha ao seu lado esquerdo, num edifício contíguo, a Prisão.
Um ministro da justiça do antigamente, de seu nome Antunes Varela, desatou a fazer tribunais novos (os Domus Ivstitiae) e Anadia não quis ficar de fora. Qual era o melhor local no centro da vila? Era o da Escola Primária! E assim se fez o majestoso edifício inaugurado em 1966 (ver referência aqui). Foi necessário entretanto encontrar uma solução de recurso para a Escola Primária e lá foram os miúdos para o palacete da Condessa de Vinhais, com pisos em soalho e más condições para albergar tão irrequieta população.
Mobilizaram-se as forças vivas para a construção da Escola e lá conseguiram que a obra se concretizasse, mas adivinham qual foi o local escolhido?, muito central e tudo? Certo, foi na Praça. E então a Praça passou a ser realizada, durante uns anos, no largo do Cabecinho, na rua, junto aos passeios, o que motivou que, numa revista, levada à cena na Festa das Vindimas (que se realizava nos jardins do palacete de José Luciano de Castro), se referisse que “os vendedores andam com os tomates pelo chão”.
A saga continuou com a construção da Praça, uns anos mais tarde, com acesso pelo local onde era a Prisão (ignoro para onde levaram os presos) e depois à construção de uma nova Prisão junto ao Cemitério, onde, desta vez, não havia nada construído, pelo que, por volta dos fins dos anos 70, a situação estabilizou. Das evoluções e desenvolvimentos recentes já não tenho informação fiável.
1 comentário:
Meu caro Quim,
Agradeço-te a publicação neste Grupo “Olivais / Anadia” de matéria que me é tão querida quanto a ti.
Apercebi-me que tens um blog, não sei se activo, mas vou esquadrinhá-lo. De qualquer forma se tens ou resolveres escrever mais sobre a tua terra Natal serás bem-vindo.
Um grande abraço e um BOM ANO de 2021.
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