sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O suspeito do costume

Sou viciada em trocadilhos e a culpa, tal como no infame caso das orelhas desniveladas, é do meu pai.

Uma pessoa - não é - chega à sala ou assim, pergunta: “Já começou o Dallas?” e respondem-lhe: “Não, ainda estão a tirá-las.”. Ora, isto desde tenra idade é coisa para afectar a evolução da morfologia neurológica de um indivíduo, para além de já existir certamente uma predisposição genética.

Assim, ao fim de uns largos anos, as palavras tornam-se motivo de grande desconfiança. Quando o Herman disse “a língua portuguesa é muito traiçoeira”, nós lá em casa já o sabíamos há muito tempo. Então, sub-repticiamente, o hábito entranha-se e caímos também no vício dos trocadilhos. Damos por nós a atazanar os irmãos mais novos:

Eu – Chamaste o elevador?
Ele – Sim.
Eu – Deves ter chamado baixinho, não ouvi nada...
Ele - ...? Ó, já pareces o pai!

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