quinta-feira, março 10, 2005

Entrar no pesadelo

Primeira porta: Noite de domingo, depois de jantar, saíu de mota, a roncar como de costume. Toca o telefone: o seu filho teve um acidente. Quando cheguei estava estendido no chão, ainda com o capacete, no meio do cruzamento. Voou por cima daquele carro. Eu a espreitar pela viseira: Como é que estás? Estou bem pai. Era verdade!

Segunda porta: Olhava com ansiedade para o écran. Estávamos com aqueles presságios terríveis. O médico calado procurava em vão a vida, num coração a bater, como nos meses anteriores, em sessões em tudo idênticas. Não havia! Prometemos voltar, e voltámos, passados uns tempos, a ver um ponto a palpitar naquele écran, recriando as nossas esperanças.

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