quarta-feira, dezembro 07, 2005

Uma outra história

Inquietação



A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes.

São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada tu me ensinas
A mim pó que o vento espalha.

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê não sei, porquê não sei
Porquê não sei ainda.

Há sempre qualquer coisa que está para acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê não sei, porquê não sei
Porquê não sei ainda.

Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas.

Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Para ficar pelo caminho.

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê não sei, porquê não sei
Porquê não sei ainda.

Há sempre qualquer coisa que está para acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê não sei, porquê não sei
Porquê não sei ainda.

Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê não sei
Mas sei que não sei ainda.

Há sempre qualquer coisa que está para acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê não sei
Mas sei que não sei ainda.

Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê não sei
Mas sei que essa coisa é que é linda.

Autor: José Mário Branco

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