sexta-feira, setembro 15, 2006

Histórias de Anadia















Em Anadia (reparem nesta precisão de linguagem, nánadia diria um qualquer ignorante) havia uma Escola Primária, onde eu andei, ao cimo do Jardim, entretanto transformado para empedrado e repuxos, onde começava a Avenida, ladeada de plátanos, por onde ia a pé para o Colégio, no principio dos anos 60. Era um grande edifício, com primeiro andar, com dois corpos iguais, para rapazes e raparigas, com os respectivos recreios à frente, separados, e protegidos por um gradeamento alto. O Mercado Municipal (ou a Praça, como se dizia) era ao pé dos Correios, e tinha um grande espaço em terra batida onde eu jogava futebol, no verão, ao fim do dia (trepávamos o muro para lá entrar e usufruíamos do espaço onde às quartas e sábados se instalavam os vendedores). O Tribunal era então no primeiro andar da Câmara Municipal, que se situa numa praça na continuação do Jardim, e que, vista de frente, tinha ao seu lado esquerdo, num edifício contíguo, a Prisão.
Um ministro da justiça do antigamente, de seu nome Antunes Varela, desatou a fazer tribunais novos (os Domus Ivstitiae) e Anadia não quis ficar de fora. Qual era o melhor local no centro da vila? Era o da Escola Primária! E assim se fez o majestoso edifício inaugurado em 1966 (ver referência aqui). Foi necessário entretanto encontrar uma solução de recurso para a Escola Primária e lá foram os miúdos para o palacete da Condessa de Vinhais, com pisos em soalho e más condições para albergar tão irrequieta população.
Mobilizaram-se as forças vivas para a construção da Escola e lá conseguiram que a obra se concretizasse, mas adivinham qual foi o local escolhido?, muito central e tudo? Certo, foi na Praça. E então a Praça passou a ser realizada, durante uns anos, no largo do Cabecinho, na rua, junto aos passeios, o que motivou que, numa revista, levada à cena na Festa das Vindimas (que se realizava nos jardins do palacete de José Luciano de Castro), se referisse que “os vendedores andam com os tomates pelo chão”.
A saga continuou com a construção da Praça, uns anos mais tarde, com acesso pelo local onde era a Prisão (ignoro para onde levaram os presos) e depois à construção de uma nova Prisão junto ao Cemitério, onde, desta vez, não havia nada construído, pelo que, por volta dos fins dos anos 70, a situação estabilizou. Das evoluções e desenvolvimentos recentes já não tenho informação fiável
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1 comentário:

Unknown disse...

Meu caro Quim,
Agradeço-te a publicação neste Grupo “Olivais / Anadia” de matéria que me é tão querida quanto a ti.
Apercebi-me que tens um blog, não sei se activo, mas vou esquadrinhá-lo. De qualquer forma se tens ou resolveres escrever mais sobre a tua terra Natal serás bem-vindo.
Um grande abraço e um BOM ANO de 2021.