segunda-feira, janeiro 17, 2005

Ribeira da Serra

É assim que se chama "o rio que corre pela minha aldeia". Ontem estive ao pé dele, do "basófias".
Passa por debaixo da Ponte da Pedra. O leito está assoreado, esquecidos que estão os tempos em que o guarda rios alertava para as limpezas necessárias. Obras recentes na ponte, para alargamento da estrada nacional, reduziram a secção de passagem do caudal do rio, o que agora provoca cheias desastrosas na planície a montante.
Já por duas vezes a nossa casa, que considerámos sempre estar ao abrigo de qualquer cheia, ficou com mais que meio metro de água no rés do chão. Da primeira vez foi-se a alcatifa e envernizaram-se os tacos de madeira, da segunda vez foram-se os tacos, agora substituídos por tijoleira, que, deficientemente colocada, tem ondulações que recomendam uma futura substituição quase total.
Antes da ponte existir atravessava-se o rio a vau, pela antiga estrada real. Agora uma fossa pública, com "trop-plein" de descarga de excesso do esgoto para o rio, atravancando essa passagem, já não permite como dantes molhar os pés, lavar a roupa ou simplesmente passar para o outro lado, para a várzea.
A água do poço está obviamente contaminada.
Não sei porque estaremos condenados a pagar assim antecipadamente os custos de um desenvolvimento de que não vemos os frutos.

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