sexta-feira, abril 29, 2005

O fabuloso mundo da audimetria

São mil os lares portugueses sujeitos à medição das audiências de televisão. O meu é, desde sexta-feira passada, um deles.

Fui submetida a interrogatórios extensos, abrangendo todos os aspectos da minha vida, em duas entrevistas telefónicas e mais duas entrevistas presenciais. Tem animais domésticos? Plantas? Familiares ou amigos empregados em canais de televisão? E muitas outras mais complicadas. Tinha esperança de chumbar em algum requisito mas não. Nem serviu de nada dizer “olhe que eu quase não vejo televisão”.

Houve duas advertências que me fizeram querer mandar esta minha colaboração graciosa para as urtigas: “não terá de suportar quaisquer custos” (devo agradecer a quem?); e “temos de abrir o televisor e o vídeo mas o nosso equipamento não danifica os aparelhos nem afecta a qualidade da transmissão.” (não me diga que vai ser possível continuar a ver televisão?). Mas calei-me e o processo seguiu em frente. Outras questões menores como não poder mudar de casa, nem de televisor, nem alterar o número de residentes no lar, não me preocuparam demasiado.

A instalação demorou cerca de duas horas e meia. Consegui negociar o especial favor de não assistir à montagem do equipamento, embora não tenha sido possível furtar-me a receber, de imediato, explicações detalhadas sobre o seu funcionamento: accionamento, identificação do telespectador e tudo o resto que já não me lembro.

Fica de aviso para o caso de receberem uma chamada da Marktest e também para que se saiba que os dados das audiências são obtidos à custa do esforço e dedicação de cidadãos anónimos.


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