sexta-feira, outubro 27, 2006

A Ponte ficou avariada

E foi assim que a Ponte da Pedra ficou transformada num pesadelo, quando chove um pouco a mais que a conta. Há quem diga que é do aquecimento global...

To: 'geral@ccdrc.pt'; 'cidadao@ccdrc.pt'; 'inforag@inag.pt'; 'ep@estradasdeportugal.pt'
Subject: Inundações no lugar da Malaposta, Anadia.
Importance: High

Exmos. Senhores,

Há cerca de 6 anos, foram executadas obras de alargamento da Estrada Nacional nº 1, incluindo o alargamento e reforço da ponte sobre a Ribeira da Serra, no lugar da Malaposta, Anadia, obras estas que reduziram consideravelmente a secção da ponte em causa. Em consequência, e sempre que se verificam condições de precipitação acima do normal, tem vindo a ocorrer o alagamento das zonas a montante da ponte, o que se deve à manifesta insuficiência da capacidade de escoamento das águas através da reduzida secção da ponte.

Após a execução dessas obras verificou-se, já por duas vezes, a inundação do interior do rés-do-chão de uma moradia sita na Malaposta, Anadia, localizada na margem direita da Ribeira da Serra, imediatamente a montante da Estrada Nacional nº 1 (Em anexo: imagem aérea do local). Desde a data de construção da moradia (1964) e até à realização das obras que reduziram a secção da ponte (2000) nunca ocorreu qualquer inundação da moradia. Com efeito, o projecto daquela edificação havia, desde logo, considerado situações de cheia anormal.

Na última inundação, ocorrida em 2 de Janeiro de 2002, a água atingiu uma altura de 60 cm no interior da moradia referida, onde reside sozinha a Sr.ª Dª Maria…, com 80 anos de idade. Situações idênticas têm ocorrido numa outra moradia, sita na mesma rua e que confronta com a Estrada Nacional nº 1.

No que diz respeito à propriedade da Sr.ª Dª Maria…, por duas vezes foi substituído o revestimento de todo o pavimento do rés-do-chão, inicialmente em tacos de madeira revestidos a alcatifa, e reparados os muros de vedação derrubados pelas águas, bem como reparados todos os outros estragos provocados na construção anexa, uma antiga adega, na horta e jardim circundantes desta moradia.

A estas ocorrências estarão também associadas as descargas, levadas a cabo sem qualquer aviso, de uma barragem destinada a combate de incêndios, localizada nesta Ribeira da Serra, a montante da cidade de Anadia, em circunstâncias que não se conseguiram determinar.

O cenário que se vem descrevendo voltou a verificar-se na noite de 24 para 25 de Outubro de 2006, cerca das 7 horas da manhã, altura em que as águas da ribeira subiram repentinamente em enxurrada, inundando toda a zona circundante da moradia, sem que houvesse tempo de tomar quaisquer medidas de prevenção, nomeadamente a remoção de uma viatura.

Em face de todo o exposto, reclama-se de V. Exas. com carácter de urgência:

a) O alargamento da secção da ponte, nomeadamente por afundamento do leito do rio, e prevenindo o seu progressivo assoreamento;

b) A indemnização dos prejuízos provocados, ou que venham a ser provocados, como consequência das obras efectuadas na ponte, em valor a determinar;

c) O aviso atempado, pela entidade que gere a barragem referida, da situação de descarga supra descrita, para poder prevenir alguns estragos.

Ficando a aguardar a V. resposta a este email e a mais breve resolução dos graves problemas expostos, subscrevo-me com os melhores cumprimentos

Cavaco pintor

Vi-o ontem na televisão. Esclerose colateral é a razão do seu aspecto muito acabado. Vai fazer uma exposição em Grandola, que será inaugurada pelo irmão. Um dia destes o meu rapaz pequeno encontrou numa apresentação de um concurso de matemática um professor "maluco" pelo assunto que é nem mais que o JPG Viana, que, no Público, há vários anos, publica os mais impenetráveis enigmas matemáticos. Têm em comum a mesa da Mexicana, e o IST, naqueles finais dos anos 60. No verão de 69, o Cavaco emprestou-me uma tenda para ir acampar para a Praia da Rocha. Iniciei a viagem, feita totalmente à boleia, do lado de lá da ponte. Fui, sempre à boleia, a casa dele em Boliqueime, buscar a tenda, e à noite, após muitas peripécias, tinha a tenda montada em frente ao Hotel Júpiter, debaixo de uma figueira, no quintal duma senhora, em cima duns restos de palha, que se vieram a revelar prejudiciais à minha bronquite asmática. Coincidência, ou talvez não, tenho mais amigos pintores. O JS, em casa de quem nos encontrávamos todos, para ouvir música, jogar às cartas, e discutir política, que anda agora por Cabora Bassa, e o GI, a quem amigos mais recentes, conhecida a inclinação, apelidaram Caran d'Ache, também passaram pelo Técnico e sempre gostaram do desenho e da pintura.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Foi há muito tempo já?

Em 1986, quando fez 21 aninhos, a arriscar-me bastante, dei-lhe "O Milagre Segundo Salomé". Depois os milagres foram mais que muitos. Agora acabo de lhe dar um perfume "bulgar..". A partir de agora vão ser só "bulgaridades"? Parabéns miúda!
As certezas do meu mais brilhante amor
Vou acender, que amanhã não há luar
E eu colherei do pirilampo um só fulgor
Que me perdoe o bom bichinho de o roubar

Assobiando as melodias mais bonitas
E das cidades descrevendo o que já vi
Homens e fósseis e seus gestos como escritas
Do bem e do mal, a paz a calma e frenesim

Se estou sozinho é num beco que me encontro
Vou porta a porta perguntando a quem me viu
Se ali morei, se eu era o mesmo e em que ponto
O meu desejo fez as malas e fugiu

Assobiando a melodia mais bonita
A da certeza do meu mais brilhante amor
Da sensação de entre as demais a favorita
Que é ver a rosa com o tempo a ganhar cor

Assobiando as melodias mais brilhantes
Como o brilhante da certeza de um amor
Como o rubi mais precioso entre os restantes
Que é o da meiguice alternando com ardor

Não negarei ficar assim nesta beleza
Assobiando as melodias mais fugazes
Não é possível nem é simples, concerteza
Mas é vontade que me dá do que me fazes

Sérgio Godinho, "As certezas do meu mais brilhante amor"

terça-feira, outubro 24, 2006

Passou por Anadia

...e foi juiz de Direito em Loures.

PERFIL DO NOVO PGR

Fernando José Matos Pinto Monteiro nasceu há 64 anos em Porto da Ovelha, Almeida. É licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra - onde actualmente é professor catedrático o seu irmão António Pinto Monteiro.

Iniciou a carreira em 1966 como procurador da República em Idanha-a-Nova e passou por Anadia, Porto e Lisboa. Mais tarde foi juiz de Direito em Ponta do Sol, Alcácer do Sal, Loures, Torres Vedras e Lisboa, onde ingressou no Tribunal da Relação. Foi alto comissário adjunto na Alta Autoridade Contra a Corrupção, membro da Comissão de Gestão e do Conselho Pedagógico do Centro de Estudos Judiciários (onde também leccionou e presidiu a exames) e, no final dos anos 80, foi secretário-geral da Associação de Juízes Portugueses. É professor convidado na Universidade Autónoma.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Viagens - Ornskoldsvik, Suécia













No verão de 1986, para concluir a negociação de um contrato, fui visitar uma empresa chamada KONE KMW, com sede nesta cidade da Suécia, que fica à mesma latitude (junto ao circulo polar ártico) que Reykjavik, capital da Islândia, onde já tinha estado em Dezembro de um outro ano. Recordo que, ao fim da tarde de um dia de Agosto, fomos fazer um passeio num veleiro do meu contacto nessa empresa, na costa do Mar Báltico, com picnic a bordo, e no regresso ainda era de dia, e já passava das onze horas.

sábado, outubro 14, 2006

sexta-feira, outubro 13, 2006

O pombal voou

Sexta feira 13

Não sou supersticioso, não porque dê azar, mas porque não conheço suficientemente bem as superstições, para me poder sentir ameaçado ou temeroso.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Não se queria despir

Há muitos anos atrás, num universo longinquo (bom, não era por aqui que queria ir...) Nos tempos de estudante deslocado em Lisboa, quase todos os meus amigos eram de terras longinquas (e eu a dar-lhe). A maior parte eram de Angola, mas havia do Brasil, de Moçambique, de Cabo Verde, do Algarve, etc., quase todos filhos de pais abastados, com meios para instalar os meninos na universidade. Um deles era o PJSP, tinha um Ford Cortina GT, no qual, às vezes, dávamos uma voltas, e ouviamos o "Em Órbita" na magnífica estereofonia da viatura. Queixava-se ele, um dia, numa dessas voltas, que a namorada, com quem tencionava vir a casar-se, não se queria despir. E então parecia-lhe muito arriscado continuar naquela ignorância, correndo o risco de vir a ter qualquer surpresa desagradável (que para ele eram umas pernas feias, ou uma grave ausência de rabo - ela usava sempre calças) quando já não pudesse voltar atrás. Não sei o que sucedeu depois...

Histórias do Colombo - A direita reflexa

Confesso que vou quase todos os dias almoçar ao mesmo sítio. Sentado à mesa vem um empregado perguntar que bebida quero. Peço sempre o mesmo (uma taça de tinto). Hoje questionei-me o porquê de, na maior parte das vezes, regressando o empregado, de frente para mim, colocar o copo do meu lado esquerdo, o que não me dá jeito nenhum, pelo que de imediato, com a mão direita, o coloco do lado direito. Claro que ele o coloca à direita dele. Em frente ao espelho o reflexo da nossa mão direita é a mão esquerda do nosso reflexo. Com reflexo idêntico, mas num plano a 90º, os empregados do Mac Donald, não devidamente instruídos, colocam o papel no tabuleiro virado para o interior do balcão, para eles, e portanto de pernas para o ar, quando se quiser ler, com as batatas fritas já cheias de ketchup. Mas há alguns empregados, normalmente brasileiros (voltei ao meu restaurante habitual), que executam impecavelmente a sucessão de actividades associadas ao serviço de mesa, perguntam pela bebida, perguntam se estou acompanhado, retiram o toalhe em frente, regressam com a bebida, e desejam bom apetite. Serviço é serviço!

quarta-feira, outubro 11, 2006

A Estante

No meu quarto, desde há mais de 40 anos, estava uma estante cheia de livros antigos, da minha avó Teresa, livros de cow-boys, de quadradinhos, jogos da Majora, e outros recheios que foram fazendo as delícias dos miúdos que por ali iam passando. Construída em aglomerado de madeira, de má qualidade, envernizada, sempre a considerei um grande mamarracho. Um dia destes, estava a apreciar os melhoramentos recentes no primeiro andar, e disse à minha mãe: "Porque é que não a deitas fora?" e ela surpreendida: "Não te importas?" Pensava que eu tinha uma qualquer ligação especial à "antiguidade" que tem suportado a passagem das sucessivas vagas de descendentes. Ela (como eu) nunca tinha gostado daquela peça, que o meu pai tinha mandado fazer a um qualquer carpinteiro amador, apostando no baratucho, mediante uma foto de uma revista que a minha mãe tinha obtido. Lembro-me vagamente da expectativa criada na altura e da minha desilusão (disfarçada, os tempos eram outros) quando o móvel chegou e eu percebi que nunca iria ter outra estante melhor, naquela casa. O equívoco durou este tempo todo e acabou agora, quase por acaso, quando se tornou definitivamente insuportável aquela estante.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Mais uma garrafa...

...de champagne (neste caso especificando melhor é espumante natural). Assim, aproveitando cada oportunidade para abrir uma garrafa (pelo menos) do dito, decidi passar a comemorar, desde há alguns anos, os aniversários da família. E hoje faz anos a minha filha mais velha. Há 36 anos atrás experimentei aquela sensação de que a minha vida nunca mais ia ser a mesma (mais ou menos como ontem vi explicado no Lost in Translation). Só que a essa sensação estavam associadas outras experiências traumatizantes, como a incapacidade de ultrapassar a óbvia incompetência da médica responsável pelo parto (que durante mais de 24 horas de crise ia ligando várias vezes ao marido a pedir a opinião), a falência financeira superveniente, em resultado dos custos exorbitantes dos serviços incorridos pela indecisão da dita senhora. E depois a lesão irreversível no pós parto, e eu em casa aos comandos: almoços, jantares, banhos, fraldas, biberãos, roupas, limpezas, aulas(?). Foi de facto emocionante. Passados uns tempos tudo se compôs e o resultado foi o que se vê. Parabéns Elsa.

sexta-feira, outubro 06, 2006

O meu velho amigo CD

Está mais velho o meu velho amigo CD. Mas continua a trabalhar, e no golf. Mora agora no moinho, e já terá lá feito todas ampliações que queria. Vamos almoçar um dia destes, que destes amigos nem todos têm. Acusado de pactuar demasiado com a esquerda, foi ostracizado pelos seus pares, mas nem por isso se terá dado pior que um que eu cá sei, que de Macau enviou um fax...

Outro objectivo








Pois agora, vistas melhor as coisas, alterei o pequeno objectivo. Enfim coisas sem importância...
Só os burros não mudam de opinião. Aliás por este andar estávamos quase todos na estrelinha, uma monotonia.